Estava passeando por alguns blogs hoje e me surpreendi com estes comentários sobre o comercial do Doritos:
"Genthy, que mundo é esse? Quem é a Elma Chips para dizer o que a gente tem ou não que fazer?"
Blog Babado Certo - babadocerto.wordpress.com
"Num país onde a educação é tão precária e o preconceito tão avassalador, ridicularizar gays e aponta-los como caricatura na mídia é algo, no mínimo, desprezível."
Blog Passado com o Brasil - pavinatto.blogspot.com
"Fico pensando no impacto que esse tipo de veiculação da TV brasileira tem nas crianças, com personalidade em formação. Já não basta o tanto de preconceito que elas presenciam nas escolas, nas ruas e, muitas vezes, até mesmo em casa?"
Blog Baby Boom - babyboombh.blogspot.com
Ta aí o comercial que gerou tanto siricutico no povo.
Péssimo né! Eu sei.
Agora vamos lá, todos mandando emails para o Conar. Vamos reclamar sim, vamos boicotar sim. Chega de preconceito. Chega de marcas que só pensam no nosso dinheiro e não oferecem uma publicidade decente. Chega, Chega, Chega........ Ai, tô quase pedindo pra alguém me amarrotar, pois estooou passaaaaada.... kkkkkk
Fico por aqui gente, e ... Viva a Diversidade !
quinta-feira, 12 de março de 2009
terça-feira, 10 de março de 2009
Adoção por homossexuais: o que diz a lei
MESMO QUE A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA NÃO PERMITA A ADOÇÃO POR CASAIS HOMOSSEXUAIS, OCORREM DECISÕES FAVORÁVEIS, NO MELHOR ESTILO "JEITINHO BRASILEIRO"
No Brasil, quando um casal homossexual decide adotar uma criança, o pedido da adoção sai no nome de um dos pais, com a condição sexual e de casal no laudo enviado ao promotor e ao juiz. Essa situação é no mínimo estranha. Aos olhos da Justiça, o casal não existe, apesar de existir. "Acho uma hipocrisia não poder entrar com pedido em nome dos dois. É a Justiça não enxergar a realidade", condena a desembargadora Maria Berenice Dias. Situações como essa, diz a magistrada, geram uma série de limitações para a vida do casal e da criança. O laudo das psicólogas pode atestar a união, porém apenas um terá a guarda. No caso de separação, a criança fica com o adotante. O outro não tem direito à visitação nem obrigação de pagar pensão alimentícia.
A atuação da Justiça é sempre importante em casos polêmicos. Aumenta a chance de corrigir situações como a de herança e estimula a sociedade a discutir o tema e aos poucos perceber que não é possível ignorar uma realidade. "Quando o juiz determina que tal situação é aceitável, dá mais transparência ao tema", acredita Maria Berenice. Mas quando se trata de gays a questão ainda é delicada. Para o Estado, por exemplo, os gays não existem. O IBGE não pergunta qual é a orientação sexual dos brasileiros e assim não se sabe quantos são no país. "É uma realidade ignorada", diz a sexóloga Claudiene Santos, autora de uma pesquisa com famílias homossexuais. Nos Estados Unidos, 27% das famílias homossexuais têm filhos. Se a atuação da Justiça ajuda a modificar cenários, será necessário chover decisões favoráveis. Uma pesquisa realizada pelo cientista político Alberto Almeida mostrou que 89% dos brasileiros são contra a homossexualidade masculina.
Contra a maré
A decisão da Justiça de Catanduva, que em novembro de 2006 deu vitória ao casal Vasco Pedro da Gama Filho e Dorival Pereira de Carvalho na adoção de Teodora, acompanha uma tendência mundial em favor do reconhecimento dos direitos dos homossexuais. A Espanha aprovou o casamento homossexual em junho de 2005. É o quarto país a legalizar a união civil gay. Com esse reconhecimento, os casais podem entrar com pedidos de adoção. Por aqui, o caminho ainda é longo. A psicóloga Anna Paula Uziel, analisou oito processos de adoção, solicitados por homossexuais nos anos 90, no Rio de Janeiro. Sete eram de homens e um de mulher. Todos foram aprovados. Porém quando quem solicitava era homem, as exigências de psicólogos e assistentes sociais aumentavam. Júnior sentiu essa pressão. Foi duramente inquirido. "Elas só me jogaram pedra", brinca. Ele especula que as profissionais desejavam saber se ele estava realmente preparado. Na pesquisa de Claudiene com 15 casais, o preconceito, até mesmo de gays, foi apontado como o principal obstáculo para o convívio social.
A atitude de todos os envolvidos no caso foi elogiada por ativistas e defensores dos direitos dessa minoria. "Achei muito corajosa", diz Maria Berenice. Ao esconder da Justiça sua condição de casados, todo casal corre o risco de ter o pedido de adoção anulado. E, nesse caso, a criança fica arriscada a voltar para uma instituição.
No Brasil, quando um casal homossexual decide adotar uma criança, o pedido da adoção sai no nome de um dos pais, com a condição sexual e de casal no laudo enviado ao promotor e ao juiz. Essa situação é no mínimo estranha. Aos olhos da Justiça, o casal não existe, apesar de existir. "Acho uma hipocrisia não poder entrar com pedido em nome dos dois. É a Justiça não enxergar a realidade", condena a desembargadora Maria Berenice Dias. Situações como essa, diz a magistrada, geram uma série de limitações para a vida do casal e da criança. O laudo das psicólogas pode atestar a união, porém apenas um terá a guarda. No caso de separação, a criança fica com o adotante. O outro não tem direito à visitação nem obrigação de pagar pensão alimentícia.
A atuação da Justiça é sempre importante em casos polêmicos. Aumenta a chance de corrigir situações como a de herança e estimula a sociedade a discutir o tema e aos poucos perceber que não é possível ignorar uma realidade. "Quando o juiz determina que tal situação é aceitável, dá mais transparência ao tema", acredita Maria Berenice. Mas quando se trata de gays a questão ainda é delicada. Para o Estado, por exemplo, os gays não existem. O IBGE não pergunta qual é a orientação sexual dos brasileiros e assim não se sabe quantos são no país. "É uma realidade ignorada", diz a sexóloga Claudiene Santos, autora de uma pesquisa com famílias homossexuais. Nos Estados Unidos, 27% das famílias homossexuais têm filhos. Se a atuação da Justiça ajuda a modificar cenários, será necessário chover decisões favoráveis. Uma pesquisa realizada pelo cientista político Alberto Almeida mostrou que 89% dos brasileiros são contra a homossexualidade masculina.
Contra a maré
A decisão da Justiça de Catanduva, que em novembro de 2006 deu vitória ao casal Vasco Pedro da Gama Filho e Dorival Pereira de Carvalho na adoção de Teodora, acompanha uma tendência mundial em favor do reconhecimento dos direitos dos homossexuais. A Espanha aprovou o casamento homossexual em junho de 2005. É o quarto país a legalizar a união civil gay. Com esse reconhecimento, os casais podem entrar com pedidos de adoção. Por aqui, o caminho ainda é longo. A psicóloga Anna Paula Uziel, analisou oito processos de adoção, solicitados por homossexuais nos anos 90, no Rio de Janeiro. Sete eram de homens e um de mulher. Todos foram aprovados. Porém quando quem solicitava era homem, as exigências de psicólogos e assistentes sociais aumentavam. Júnior sentiu essa pressão. Foi duramente inquirido. "Elas só me jogaram pedra", brinca. Ele especula que as profissionais desejavam saber se ele estava realmente preparado. Na pesquisa de Claudiene com 15 casais, o preconceito, até mesmo de gays, foi apontado como o principal obstáculo para o convívio social.
A atitude de todos os envolvidos no caso foi elogiada por ativistas e defensores dos direitos dessa minoria. "Achei muito corajosa", diz Maria Berenice. Ao esconder da Justiça sua condição de casados, todo casal corre o risco de ter o pedido de adoção anulado. E, nesse caso, a criança fica arriscada a voltar para uma instituição.
Patrícia Cerqueira - revistacrescer.globo.com
terça-feira, 3 de março de 2009
Publicidade Gay
O AVANÇO DA MÍDIA GLS IMPULSIONA CRESCIMENTO DAS CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS DIRIGIDAS A GAYS
Diversas propagandas cultivaram a diversidade sexual e até usaram ícones do movimento homossexual ao longo dos anos - mesmo sem fazer nenhuma menção direta ao público gay. Atualmente a situação tem se invertido. Empresas começaram a lançar comerciais explicitamente gays e focados para esse público.
Como tudo começou
Em 1917, a Procter & Gamble lançou um anúncio em preto e branco que, na época, foi considerado gay pelo fato de dois homens estarem se olhando de uma forma diferente. É bem verdade que o comercial poderia ser utilizado em um editorial de cuecas da Calvin Klein.
Na fim da década 80 e começo da de 90, houve um boom de comerciais voltados para gays, a maioria com subtextos políticos e educativos. Foram criadas propagandas incentivando o uso de camisinha e contra o preconceito aos portadores de HIV. As organizações não-governamentais os utilizavam para tentar informar e acalmar uma população que começavam a perceber o risco da Aids, doença até então desconhecida. Em 1989, a Fundação de Aids de San Fransisco divulgou uma propaganda educacional incentivando o uso da camisinha, que chocou os conservadores da época.
Foco comercial
Em 1992 a vodca Absolut lançou o primeiro comercial com identidade gay. No anúncio há anéis com as cores do arco-íris, que só seriam identificados por gays. Depois disso, grandes empresas americanas lançaram campanhas publicitárias com temas que abordam a diversidade. A rede de restaurantes fast-food Mc Donald´s, por exemplo, utilizou o slogan "O mundo seria chato se fosse igual. Viva a diferença".
No Brasil, o tema diversidade é foco da campanhas publicitárias direta ou indiretamente. A Faculdade Federal do Paraná (UFPR). por exemplo, lançou um cartaz no qual o espaço acima do prédio histórico da universidade é coberto pelas cores do arco-íris. Com o tema "Venha viver a diversidade", a peça faz parte de uma campanha publicitária que enfatiza a política de cotas e respeito à diversidade da instituição.
Oferta e procura
As campanhas publicitárias voltados aos públicos gays seguem a lei da oferta e da procura. O crescimento da mídia GLS contribui de forma significativa para o crescimento da publicidade GLS. O canal americano de televisão LOGO, por exemplo, é patrocinado pela Motorola e pela Johnsons & Johnsons. A empresa também lançou uma propaganda gay para um dos seus principais produtos, o "Tylenol". Vínculado na principal revista gay do Estados Unidos, a Advocate, a campanha mostra um casal de homens na cama.
No estado de Santa Catarina, a Unimed Blumenau foi a primeira empresa a fazer um campanha com um casal gay. A empresa chega a defender publicamente o direito de casais gays à saúde, ao respeito e ao título de família. Em outdoores com a foto de um casal gay, lia-se: "Plano Familiar para todo o tipo de família. De um jeito ou de outro, todo mundo precisa". O outdoor foi um choque para os mais tradicionais e uma comemoração para o movimento homossexual.
Por Roberto Cushman
mixbrasil.uol.com.br
Diversas propagandas cultivaram a diversidade sexual e até usaram ícones do movimento homossexual ao longo dos anos - mesmo sem fazer nenhuma menção direta ao público gay. Atualmente a situação tem se invertido. Empresas começaram a lançar comerciais explicitamente gays e focados para esse público.
Como tudo começou
Em 1917, a Procter & Gamble lançou um anúncio em preto e branco que, na época, foi considerado gay pelo fato de dois homens estarem se olhando de uma forma diferente. É bem verdade que o comercial poderia ser utilizado em um editorial de cuecas da Calvin Klein.
Na fim da década 80 e começo da de 90, houve um boom de comerciais voltados para gays, a maioria com subtextos políticos e educativos. Foram criadas propagandas incentivando o uso de camisinha e contra o preconceito aos portadores de HIV. As organizações não-governamentais os utilizavam para tentar informar e acalmar uma população que começavam a perceber o risco da Aids, doença até então desconhecida. Em 1989, a Fundação de Aids de San Fransisco divulgou uma propaganda educacional incentivando o uso da camisinha, que chocou os conservadores da época.
Foco comercial
Em 1992 a vodca Absolut lançou o primeiro comercial com identidade gay. No anúncio há anéis com as cores do arco-íris, que só seriam identificados por gays. Depois disso, grandes empresas americanas lançaram campanhas publicitárias com temas que abordam a diversidade. A rede de restaurantes fast-food Mc Donald´s, por exemplo, utilizou o slogan "O mundo seria chato se fosse igual. Viva a diferença".
No Brasil, o tema diversidade é foco da campanhas publicitárias direta ou indiretamente. A Faculdade Federal do Paraná (UFPR). por exemplo, lançou um cartaz no qual o espaço acima do prédio histórico da universidade é coberto pelas cores do arco-íris. Com o tema "Venha viver a diversidade", a peça faz parte de uma campanha publicitária que enfatiza a política de cotas e respeito à diversidade da instituição.
Oferta e procura
As campanhas publicitárias voltados aos públicos gays seguem a lei da oferta e da procura. O crescimento da mídia GLS contribui de forma significativa para o crescimento da publicidade GLS. O canal americano de televisão LOGO, por exemplo, é patrocinado pela Motorola e pela Johnsons & Johnsons. A empresa também lançou uma propaganda gay para um dos seus principais produtos, o "Tylenol". Vínculado na principal revista gay do Estados Unidos, a Advocate, a campanha mostra um casal de homens na cama.
No estado de Santa Catarina, a Unimed Blumenau foi a primeira empresa a fazer um campanha com um casal gay. A empresa chega a defender publicamente o direito de casais gays à saúde, ao respeito e ao título de família. Em outdoores com a foto de um casal gay, lia-se: "Plano Familiar para todo o tipo de família. De um jeito ou de outro, todo mundo precisa". O outdoor foi um choque para os mais tradicionais e uma comemoração para o movimento homossexual.
Por Roberto Cushman
mixbrasil.uol.com.br
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